O desagarro é o não se desculpar com a vida. É deixá-la exercer seu papel silencioso e preguiçoso. É observar o tempo passar sem ter a obrigação de ir junto; o descompromisso com a urgência e com a falta de cuidado. É o "não estar" das coisas. O espaço entre um olhar e outro, um suspiro e outro... E outro... Desagarro é o contemplar de melodias ou palavras, sem pressa, sem preconceito. Mais que isso... É a prática diária da construção do ser, sem se preocupar com querer ser para sempre.